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Novas e inovadoras estratégias dadas pela neurociência podem potencializar a aprendizagem em sala de aula.

O uso preferencial de aptidões cerebrais caracteriza a sala de aula como um lugar repleto de estilos e ritmos de aprendizagem encontrados em cada um dos nossos alunos. Isso exige do educador uma preparação adequada em sua intenção de ensino-aprendizagem em sala de aula.

Surge, então, a necessidade de incorporar novas e inovadoras estratégias de aprendizagem considerando as orientações dadas pela neurociência, a qual nos convida a colocar em prática novos processos de ensino que permitam a realização da aprendizagem de acordo com as características individuais do cérebro de cada um de nossos alunos.

OS QUATRO CÉREBROS

Estudos da neurociência mostram que há quatro diferentes padrões de como o cérebro recebe e processa as informações.

É como se tivéssemos quatro cérebros, sendo cada um especialista na utilização de redes neurais distintas para cada processamento.

Ao longo de nossa jornada de vida, dedicamos, então, preferências de uso desses “cérebros” em busca do prazer no processo de aprendizagem.

O aluno que prioriza a utilização do cérebro construtor utiliza o padrão de processamento racional e intelectual no processo de aprendizagem.

Vai à aula para aprender, fazer anotações, argumentar e avançar no plano de aula.

Esse aluno é um especialista em construir atalhos em busca do resultado, mas tem dificuldades de integrar conhecimento a partir de experiências informais e prefere entender a teoria e as leis de funcionamento antes de experimentá-las.

O aluno que tem o cérebro prático prioriza a utilização do padrão racional e instintivo, dando preferência para atividades que valorizam planejamento e organização.

Via de regra, é um aluno metódico, detalhista, faz muitas anotações e gosta do plano de aula estruturado.

O cérebro artístico utiliza o padrão de processamento intuitivo e intelectual, destacando o pensamento em busca de novas experiências, tornando-o ávido por novas descobertas e experiências.

Adquire conhecimento selecionando as ideias que surgem na sala de aula, ainda que ela seja monótona.

Esse aluno um apreciador do novo e de conceitos que o fazem pensar, principalmente nas abordagens experimentais que priorizem a intuição e a busca de ideias para chegar a um resultado.

O aluno que tem o cérebro social utiliza o processamento intuitivo e instintivo, destacando atividades que priorizam os aspectos de relacionamento.

Ele privilegia a expressão de ideias em busca do significado pessoal conduzido quase sempre por emoções e sentimentos.

Ao considerarmos que cada aluno percorreu sua trajetória de desenvolvimento de competências até aqui utilizando sua herança genética, bem como as novas conexões exigidas pela pressão da sociedade, constatamos que cada indivíduo passou por uma experiência única no processo de desenvolvimento de suas competências.

COMO O EDUCADOR PODE POTENCIALIZAR OS RESULTADOS?

Desta forma, é possível, por meio das ferramentas de diagnóstico de competências estruturadas, a partir dos conceitos da neurociência, se fazer a modelagem de uso preferencial de aptidões cerebrais, possibilitando o mapeamento e destacando as diferentes capacidades e potencialidades da mente do aluno em seu processo educacional.

Essa medida proporciona ações complementares no processo da aprendizagem para potencializar o desenvolvimento de competências cerebrais e contribuir para a alta performance educacional.

O educador poderá, então, encontrar motivação para o desenvolvimento do pensamento criativo visando o despertar do interesse e do desejo de conhecer mais do educando, bem como levá-lo a experimentar novas conexões e tornar mais significativo o processo da aprendizagem.

Isso permite ao cérebro simular a realidade e a perspectiva do outro, em um processo de empatia e controle de conduta diante dos desafios estabelecidos como metas para o desenvolvimento da maturidade.

Quando iniciarmos um processo de observação e interação com nossos alunos, direcionando o processo pedagógico para a visão das competências individuais, estaremos construindo um outro processo na direção da potencialização das competências adquiridas, no desenvolvimento de competências a serem desenvolvidas e no desenvolvimento do processo de aprendizagem de alta performance.

 

Daniel Carlos Ferreira
Engenheiro, palestrante nas áreas de Neuroeducação e Inovação, consultor nas áreas de criatividade e gestão.

Revista Veredas Educacionais – maio/ 2019